domingo, 21 de abril de 2019

Estado de incerteza

Naquele local o recolhimento criava a ilusão de que não haveria em redor. Os ruídos chegavam coados, como a luz através dos reposteiros. Nos dias em que se pressentia no exterior calor, porque estava Sol, ali, havia sempre como uma névoa friorenta. A vontade de sair começara a entorpecer e com isso a modorra dava em aborrecimento.
Ao final do corredor, um pátio e antes dele a cozinha.
Sentara-se ali, sem motivo ou ideia. Talvez tivesse fome, mas adiava o momento de uma refeição. Da última vez que saíra à rua, para compras, esquecera muito do que lhe faltava. Nos dias feriados era mais difícil suprir esquecimento, naquela morada mais ainda por haver tão pouco.
A Primavera parecia ter chegado em mês de chuva. E com isso um estado de incerteza. E confusão.