Iniciei a escrita deste diário. É um livro de notas do que vi, vivido na excepção e na invulgaridade. Um mundo fechado, a luz quebrada, a voz baixa, os sentimentos tranquilos. Tive o privilégio de o servir e a oportunidade de ter pressentido nele a distinção. O dia em que entrei nesta casa onde escrevo, chovia. No caminho desde a velha estação ferroviária, a mala pesando-me pelo que significava de futuro, perdi-me em pensamentos. Nenhum se viria a mostrar razoável. Sob o andar, o quebradiço das folhas de inverno de árvores centenárias olhavam-me familiares.